O
edifício dos Paços do Concelho vai estar, em breve, de
portas abertas a todos os munícipes que queiram conhecer este património
autárquico por dentro. Os interessados poderão assim percorrer os corredores,
conhecer os gabinetes e visitar os espaços de decisão deste cinquentenário
edifício. A novidade foi avançada, nesta segunda-feira, pelo vice-presidente da
Câmara Municipal, Paulo Cunha, durante a inauguração da exposição “Cidade e
Arquitetura - Património Arquitetónico do século XX:1910-1974”, que está patente
no departamento do Urbanismo da autarquia. De acordo com o autarca, o objetivo
“é promover uma aproximação cada vez maior entre governantes e governados, entre
políticos e munícipes”.
Para Paulo Cunha, “o edifício dos Paços do Concelho,
projetado pelo arquiteto Januário Godinho e inaugurado em 1961, mantém as marcas
do tempo, arrastando consigo fatos e episódios que fazem parte da memória
coletiva famalicense”. “A arquitetura tem precisamente esta vertente de fazer
perpetuar a memória”, salientou ainda.
A
exposição resulta de uma parceria no âmbito do Programa de Bolsas de
Investigação na Área da Cidade e da Arquitetura 2011/2012, destinado a jovens
arquitetos e apresenta os 10 trabalhos de investigação realizados no território
dos municípios parceiros – Guimarães, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro,
Paredes, Porto, Santa Maria da Feira e Vila Nova de Famalicão.
A
exposição está aberta ao público no Departamento Municipal de Planeamento e
Gestão Urbanística até 30 de maio, durante o horário de funcionamento dos
serviços com entrada livre.
O
contributo da Fábrica Sampaio, Ferreira & Cª para o desenvolvimento
industrial e urbano de Riba d’Ave é o tema de um dos dez trabalhos de
investigação premiados pelo Programa de Bolsas de Investigação que está patente
na exposição.
As
duas jovens arquitetas autoras do estudo Margarida Leitão e Vânia Saraiva
afirmaram que o agora abandonado centro industrial está “transformado numa
aldeia urbana museificada”, de desenvolvimento irregular, podendo definir-se
“como território transgénico onde a diluição de fronteiras em confluência com
outros fatores, fez emergir um paradigmático modelo de rurbanização
industrial”.
Com
o estudo ‘Riba d’Ave Industrial’ destaca-se também “a importância do papel
urbanizador da Família Ferreira”, responsável pela edificação de equipamentos
como o Posto da GNR, Escola, Hospital, Teatro, Igreja, Mercado, Estalagem,
Correios, Café, Quartel dos Bombeiros, Externato e bairros
operários.
Entretanto, refira-se que a Câmara Municipal de
Famalicão tem mostrado a vontade de contrariar a museificação deste antigo polo
industrial têxtil do Vale do Ave.
Ana Filipa Ribeiro
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