Passaram 150 anos desde que Camilo
Castelo Branco se instalou em Vila Nova de Famalicão, mais precisamente em S.
Miguel de Seide. Foi no inverno de 1863, sendo que, um ano depois Camilo lançava
o seu primeiro livro escrito em Famalicão, a novela “Amor de Salvação”,
considerada pela crítica uma das obras mais bem acabadas do autor. Para
assinalar o 150.º aniversário da publicação do romance e da fixação da
residência do escritor no concelho, a Câmara Municipal de Vila Nova de
Famalicão, através da Casa de Camilo promove nos dias 10 e 11 de outubro, os
primeiros Encontros Camilianos de São Miguel de Seide.
O evento que reúne um conjunto de
especialistas na temática camiliana, ligados a instituições universitárias de
Portugal e do Brasil, conta ainda com a realização de um “Roteiro Literário
Camiliano” no concelho, com o objetivo de ilustrar o aproveitamento que o
romancista fez da paisagem física e humana da região para a sua ficção.
Destaque ainda para a exposição
“Espaços da Vida e da Ficção Camilianas em Vila Nova» com fotografias
estereoscópicas em anáglifo e projeções e para a apresentação da obra Calvário e
Glória de Camilo, de Eduardo Sucena, por João Bigotte Chorão. Para além de
visitas orientadas à Casa-Museu, um almoço com ementa camiliana e recriações
teatrais de trechos da bibliografia ativa do escritor.
Referência também para o
descerramento do busto de Camilo, no Largo Camilo Castelo Branco, em S. Miguel
de Seide. O busto que foi executado em 1924 pelo escultor Henrique Moreira tendo
sido uma oferta de “O Comércio do Porto” ao Município será recolocado no
renovado Largo, em lugar de destaque.
“Há 150 anos, Camilo Castelo Branco
escolheu Vila Nova de Famalicão para viver e para aqui escrever algumas das mais
belas páginas da literatura nacional, num prenúncio daquilo que o concelho se
haveria de tornar: uma terra de cultura”, refere a propósito o presidente
da
Câmara Municipal, Paulo Cunha. O autarca destaca “a qualidade do elenco de
convidados” do evento, assim como, “a diversidade de iniciativas”. “São
aspetos que pretendem contribuir para a melhor divulgação da vida e da obra de
Camilo e consolidar o seu projeto de intervenção cultural e científica a favor
da Língua e da Cultura portuguesas”.
Ana Filipa Ribeiro
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