O documentário “Abril na Boca do Povo” realizado por dois jovens universitários famalicenses da área da comunicação dá o mote para uma mesa redonda que vai juntar diversas personalidades da política e da cultura de Vila Nova de Famalicão, num debate sobre a revolução dos cravos, a mudança de regime e a democracia em Portugal. A iniciativa que decorre no dia 25, pelas 16h30, no Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide, é um dos principais destaques do programa das comemorações do 39.º aniversário da Revolução dos Cravos, promovido pela Câmara Municipal de Famalicão.
No documentário que será exibido antes do debate, com uma duração de cerca de uma hora, cerca de uma centena de famalicenses (dois por cada freguesia do concelho), de duas gerações diferentes (com mais de 60 anos de idade e entre os 20 e os 30 anos), respondem a diversas questões sobre o significado do 25 de Abril e sobre a mudança de regime. Os seus depoimentos serão depois debatidos pelos convidados, donde se destaca o vice-presidente da autarquia, Paulo Cunha, o coordenador da Rede Municipal de Museus, Artur Sá da Costa, o advogado Joaquim Loureiro e o professor de história da Universidade do Minho e responsável do Museu da Industria Têxtil, Lopes Cordeiro.
O espírito de Abril de 1974 acaba mesmo por invadir o Centro de Estudos Camilianos com um espetáculo musical intitulado “Contratadeiras cantam Zeca Afonso”, agendado para as 18h00 e com entrada livre. Refira-se que o projeto Contratadeiras, que conta com a participação de elementos dos vários Grupos Folclóricos do concelho, nasceu com o objetivo de preservar e valorizar a música tradicional e popular da região dando-lhe uma sonoridade e um arranjo de modernidade. Apesar de se tratar de um projeto muito recente, as contratadeiras já foram alvo de inúmeros elogios públicos.
Os eventos culturais são de resto a tónica dominante do vasto programa comemorativo do 25 de Abril, promovido pela autarquia famalicense. As comemorações arrancam já no próximo dia 20.
Para o presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa “a Revolução de Abril representou uma viragem histórica na sociedade portuguesa. Por isso, o seu legado deverá constituir uma referência quotidiana no exercício do poder político, nomeadamente no que diz respeito à liberdade e à cidadania.”
Assim, do conjunto de atividades previstas destaque para o programa do dia 25 de Abril, feriado nacional. Depois da tradicional cerimónia do hastear das bandeiras ao som do hino nacional, entoado pela Banda de Famalicão, pelas 10h00, nos Paços do Concelho, segue-se a sessão solene comemorativa do 25 de Abril, com os vários partidos políticos a usarem da palavra.
O dia será todo preenchido com diversas iniciativas de grande simbologia, com referência por exemplo para a inauguração do Centro Escolar de Antas, pelas 11h30. As celebrações terminam com a Noite do Conto e da Poesia intitulada “ A cor de Abril”, e com a participação do Corpo Nacional de Escutas de Landim. A sessão decorre a partir das 21h30, no antigo Colégio Real, em Landim.
Os diversos museus do concelho, a Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco e até os estudantes universitários, que vivem por estes dias a semana académica também se juntam às comemorações do 25 de Abril.
Neste âmbito, referência para os ateliers destinados aos mais novos, “Pintar Abril”, que vai realizar-se no Museu da Industria Têxtil, e “Queres saber como se faz um cravo chamado liberdade”, que decorre no Museu Bernardino Machado.
Filomena Lamego
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