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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Famalicão empresta alegria à campanha presidencial


Na ponta final da campanha, Famalicão acordou, finalmente!, para as eleições presidenciais do próximo domingo. E a campanha ficou mais alegre – seja pelo nome da quinta de Ribeirão (o cavaquistão famalicense…) onde Cavaco Silva ontem almoçou com as suas gentes, seja pela vinda de Manuel Alegre à cidade, prevista para amanhã, à tarde (concentração às 16 horas nas Lameiras).

Face às dificuldades que todos experimentamos, esta animação q.b., ainda que efémera, torna a nossa cidadania menos acabrunhada, mais esperançosa, e pode funcionar como um espanta-espíritos contra a resignação.

Ora, era aqui que eu queria chegar! Para além de nada estar ainda decidido a nível nacional, uma eventual segunda volta entre Cavaco e Alegre poderá espoletar em Famalicão uma interessantíssima aproximação entre as estruturas concelhias do PS e do BE, mobilizando, desde já, o povo de Esquerda para a construção de uma alternativa autárquica, credível e ganhadora, à maioria PSD-CDS/PP que há uma dezena de anos administra o município como os proprietários da quinta onde o recandidato presidente pregou a convertidos gerem o negócio e organizam casamentos, baptizados e os eventos mais feéricos para impressionar a clientela.

A (grande) diferença é que as festas camarárias e o forrobodó clientelar desta direita que sustenta Armindo Costa custa-nos caro. E não é só dinheiro, não! Tem-nos custado, sobretudo, avultados prejuízos ao nosso património comum, de gente honrada e de trabalho, que se traduzem, em cinco menos-valias:

1. a perda de competitividade territorial e económica;

2. o desaproveitamento de várias oportunidades de investimento com um potencial regenerador do tecido produtivo local, tanto públicas como privadas, que optaram por localizações como Santo Tirso, Maia, Paredes, Matosinhos, Trofa e Braga;

3. a sobreposição das carreiras e das vidinhas pessoais ao interesse geral;

4. o enfraquecimento dos factores distintivos da mão-de-obra e dos recursos industriais disponíveis no concelho à escala regional;

5. o perigoso adiamento de uma estratégia de revitalização de Vila Nova de Famalicão ao nível da gestão do território, do ensino e da formação e da economia social.

Tudo isto, infelizmente, por um misto de demissionismo e de incompetência, que a falta de transparência desta gestão autárquica mais acentuam.

Também por isto se justifica que o sino toque a rebate por estes dias, para que o povo de Esquerda da nossa Terra se aperceba que domingo, ao votar, pode assumir uma opção “dois em um”: inviabilizar a reeleição de Cavaco Silva à primeira volta e ajudar a abrir os caboucos de uma alternativa forte, mobilizadora e abrangente, que vá do PS do Bloco, capaz de derrotar em 2013 os herdeiros desta apagada e vil tristeza municipal.

Por isso, haja alegria em Famalicão! Esta terça-feira e sempre. E esperança, muita esperança. Afinal, só é derrotado quem desiste de lutar.

(Como apoiante de Manuel Alegre, exorto os famalicenses que não se renderam a Cavaco Silva que participem na recepção ao único candidato da Esquerda capaz de vencer a segunda volta destas presidenciais. A partir das 16 horas, estão previstas a visita a algumas valências da Associação de Moradores das Lameiras e a deposição de um ramo de flores, pelo próprio Manuel Alegre, na base da estátua de Bernardino Machado, na Rotunda com o topónimo deste antigo Presidente da República).

Carlos de Sousa


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