Retomando o fio à meada dos “resíduos domésticos”: tomemos por boa essa designação para o lixo doméstico comum não reciclável. Começo por dizer que é uma pena que nesta terra ainda nem sequer se tenha ensaiado uma recolha selectiva de resíduos orgânicos, que são em outros pontos do País e do Globo matéria-prima excelente para fertilizantes naturais – actualmente, o lixo processado na ETRSU de Riba de Ave dá lugar a uma ridícula percentagem de composto, que nem de longe se aproxima dos valores quantitativos e qualitativos que a recolha selectiva poderia gerar.Depois, senhor vereador, há o problema do preço. Eu pago pela recolha dos resíduos domésticos, que deposito frente à porta do edifício, 4,86 Euros mês; ora, como deposito mensalmente uma quantidade inferior a 12 Kgs, equivale a dizer que V.Exa. me cobra a exorbitância de 390,00 Euros por tonelada! Aí está um negócio privatizável, tamanha é a margem de lucro.Mas, senhor vereador, o que verdadeiramente acho uma espoliação é que a sua Câmara Municipal me cobre o mesmo que ao meu vizinho, que deposita dez vezes mais lixo do que eu – e nem sequer se dá ao trabalho de o separar! Esta igualitarização, de pendor estalinista/maoista, é uma óptima justificação para o insucesso de qualquer objectivo ambiental.Um política sustentável de gestão dos resíduos sólidos urbanos carece de incentivos a quem Reduz, Reutiliza e Recicla; infelizmente, não é isso que acontece em Vila Nova de Famalicão.
Carlos de Sá
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