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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Urge fazer a reciclagem sociológica de Famalicão

Famalicão voltou a ser notícia, esta quarta-feira, pelas piores razões. O país inteiro troçou de nós, comparou-nos a um selvagem qualquer e lembrou-se de pecados velhos: um cheque para pagar favores desportivos, um polícia municipal com uma arma de guerra em casa, um vereador que ameaça “ir ao focinho” de um munícipe, um professor suspeito de pedofilia, casos de violência doméstica uns atrás de outros, capital da contrafacção e dos trepadores sociais, meca de drogados e delinquentes e outros epítetos pouco abonatórios.

O nosso cadastro colectivo foi manchado por um acto impensado do dono de uma mercearia grande - de insígnia estrangeira, ainda por cima.

Depois da greve, não será de fazermos uma barrela geral de Famalicão, tipo reciclagem sociológica, e iluminando o caminho desta gentinha que desgraça a imagem de uma Terra que já foi “de amigos”, está em “movimento” mas é, e será sempre!, de gente honrada e trabalhadora?

É urgente que Vila Nova de Famalicão comece a ser falada pelos bons motivos. Para isso, é inadiável que a Câmara e todas as formações políticas representadas nos órgãos autárquicos do Município saibam mobilizar as elites – as sobreviventes, pelo menos - em torno de uma estratégia que modernize o tecido produtivo, qualifique a mão-de-obra, capte investimento que enraíze novas indústrias e promova o desenvolvimento económico.

Nesse dia, aqueles que atropelam cidadãos com jipes e sacam de armas de fogo para intimidar os seus colaboradores sentir-se-ão entre nós tão mal, tão mal, que acabarão por meter o rabo entre pernas e ir pregar para outra freguesia (ou para a prisão, quem sabe?, se e quando Portugal voltar a ter um sistema de Justiça que funcione como uma Democracia justifica). Até lá… teremos de resistir e evidenciar que Vila Nova de Famalicão não é “aquilo” que um tresloucado qualquer, e só ele, foi capaz de fazer.

Carlos de Sousa

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