Escreva-nos!

povo.famalicense@gmail.com

A sua opinião é importante.
Somos um blogue com rosto, pelo que as mensagens anónimas vão direitinhas para o caixote do lixo; se for o caso, indique que deseja permanecer anónimo; mas perante nós, identifique-se, por favor.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O CALIMERO

É verdadeiramente desconcertante o comportamento do Presidente da Câmara Municipal de V.N. de Famalicão sobre o processo da Variante Poente. A intriga política e a acidez afrontosa são por demais evidentes nas suas declarações em relação a novidades que só o deveriam deixar satisfeito. Ao invés de empenho e envolvimento na dinâmica necessária, para que o mais depressa possível os famalicenses tenham alternativa à congestionada N14, o autarca famalicense revelou azedume e complexos.
As afirmações do Presidente da Câmara Municipal demonstram à saciedade a sua estrutura e maneira de actuar enquanto alto responsável político. De tudo o que declarou sobre este dossier estrutural para V. N. de Famalicão são notórios os ciúmes para com a Presidente da Câmara Municipal da Trofa, bem como uma tentativa de se colocar em bicos de pés para reclamar créditos no desenrolar da obra em simultâneo com uma clara desresponsabilização pelo bom andamento da mesma.
Infelizmente, ao cabo de três mandatos, nada de novo. Os ciúmes políticos, o obstinado controlo de tudo e de todos, os conflitos institucionais, o cuidado com a propaganda e a constante fuga às responsabilidades que lhe cabem são marcas fortes daquele que detém o poder municipal desde as eleições autárquicas de 2001.
Afinal o que é que é mais importante? É saber quem tem mais informações? É observar quem dá mais conferências de imprensa? É apurar quem estudou mais ou menos o projecto? É cogitar sobre a boa fé dos vários agentes políticos envolvidos no assunto? Ou então, o que de facto é importante, é conseguir a rápida e eficaz construção da Variante Poente? Acho que os famalicenses não têm dúvidas sobre a resposta a estas questões. O que as pessoas reclamam é que os diferentes decisores políticos não esperem uns pelos outros ou que se entretenham em disputas de protagonismo absolutamente estéreis que só redundam em conflitualidade inútil e mau estar. O que os cidadãos querem é a construção da Variante Poente de forma célere, rigorosa e competente. No espaço de uma democracia que se deseja cada vez mais amadurecida e participada por cidadãos civicamente despertos e activos, o que efectivamente importa é o desenvolvimento e satisfação das necessidades. Tudo o resto é politiquice bacoca para a qual já ninguém tem paciência.
Pois bem, o Presidente da Câmara Municipal, pese embora já estar na política há muitos anos, ainda não despertou para esta realidade. Atacou a sua congénere trofense só porque esta “meteu os pés a caminho” (e não precisou de montar tenda!) e trabalhou, obtendo, com o Governo, avanços para a Variante Poente. Lançou suspeições sobre o Governo que, como o próprio admite, até o tem recebido e mantido informado. Amuou porque, desta vez, não foi ele a atirar os foguetes como tanto gosta de fazer. Recorde-se não as canas, mas as maquetas e powerpoints comprados para o Parque da Cidade, Museu do Surrealismo, Cidade Desportiva e Nova Via Intermunicipal de ligação à Continental Mabor! Até hoje tudo não passa de realidade virtual.
Resumindo, o Presidente da Câmara Municipal V. N. de Famalicão traz-me à memória o célebre personagem de banda desenhada chamado Calimero.
Para bem do nosso País, e de acordo com o que os eleitores esperam dos políticos, a irresponsabilidade, a falta de discernimento e a vitimização que caracterizam a atitude errante de Calimero perante as diferentes situações da vida não são modelo inspirador. Os Calimeros da política não nos levam a lado nenhum.
É necessário um esforço para se alcançarem consensos e responsabilidades colectivas tendentes a definir respostas para os problemas. O interesse público tem de se sobrepor aos interesses partidários conjunturais e às vaidades pessoais. Nesse sentido, como Deputado à Assembleia da República, testemunho a postura e trabalho desenvolvidos pelo Governo e por alguns partidos da oposição, designadamente o CDS/PP, no âmbito do Orçamento de Estado para 2010. A nível nacional parece-me que estamos no caminho da modernidade política. Por cá, vamos assistindo às lamentações de Calimero.
Nuno Sá
Deputado à Assembleia da República
e da Assembleia Municipal

Sem comentários: