O presidente da Câmara diz que, agora, há que dar formação a quem trabalha na autarquia, para que os colaboradores do município fiquem familiarizados com o novo “regulamento”. O objectivo, louvável!, é contribuir para que todos passem a ter um desempenho profissional conforme as boas práticas exigíveis pelo Conselho de Prevenção da Corrupção, entidade administrativa independente que funciona junto do Tribunal de Contas, aqui expressas.
Mas, pergunto eu, que autoridade moral tem um presidente de Câmara que foi referenciado na comunicação social como estando envolvido num caso de evasão fiscal, nunca cabalmente esclarecido pelo próprio, para agora vir falar em dar formação aos funcionários da autarquia a que preside para que se cumpram os “novos regulamentos” e seja melhorada a actuação da “máquina” camarária em matéria de transparência, prevenção e combate à corrupção? Não há ninguém - no PSD ou na Câmara - que diga a Armindo Costa que para se estar na vida política com autoridade e credibilidade convincentes convém não fazer como o frei Tomás…?
Pessoalmente, não aguardo qualquer resposta do edil, mas ainda não perdi a esperança de a Procuradoria da República, um dia destes, elucidar os portugueses do que realmente se passou com a “operação furacão”. Não é por nenhuma razão especial: apenas e só por uma questão de… higiene democrática. Até lá, que nos valham os eufemismos e as conveniências desses instrumentos políticos pós-modernos, como estes regulamentos e planos de “gestão de riscos de corrupção e infracções conexas”. Não haverá uma coisa do género para prevenir e combater a pouca vergonha?
Carlos de Sousa
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