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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sacrifícios para todos, mas não para Lisboa

É oficial, porque foi dito por António Vitorino, na sua conversa da passada segunda-feira na RTP: a ligação da Rede de Alta Velocidade (RAVE) entre Porto e Lisboa ficará a aguardar melhores dias! Culpa das restrições orçamentais e dos limites ao endividamento externo, disse o comentador e dirigente nacional do PS.
Eu até compreenderia, mal embora, esse adiamento, aparentemente sine-die; acontece é que, segundo as palavras do referido comentador, para a ligação de Lisboa ao Caia (seguindo para Madrid via Badajoz) nenhum obstáculo se levantará; como não se levantará qualquer obstáculo para a terceira travessia do Tejo (TTT).
Por mim, BASTA! Basta de canalizar todos os investimentos de monta para Lisboa! Se temos de apertar o cinto, então é justamente a região de Lisboa, que está muito acima da média nacional em todos os indicadores de bem-estar, que terá de fazer mais sacrifícios, em nome da tão propalada coesão desta manta de retalhos à beira-mar plantada. Repare-se que a ligação sacrificada é, simultaneamente, a mais necessária (pela saturação do canal actualmente existente) e a mais rentável; e que a que vai ser construída só poderá sobreviver com fortes ajudas do erário público, porque o comboio, mesmo de alta velocidade, só é competitivo em distâncias até 500 Km.
Não sei se a ligação de Braga a Vigo também será comprometida; esta, se o for, sê-lo-á provavelmente a título definitivo, porque não vislumbro maneira de a fazer arrancar depois de perdermos o acesso aos fundos comunitários; e do lado da Galiza as obras estão muito adiantadas, podendo bem acontecer que, se do lado de cá se hesitar muito, fique irremediavelmente comprometido o troço de Vigo à fronteira.

Carlos de Sá

1 comentário:

ACO disse...

A nossa capacidade para fazer o que não se deve é enorme em Portugal e na Galiza.
Na Galiza estão a fazer Alta Velocidade para servir cidades que distam menos de 100 km umas das outras. Já funciona a AV entre Corunha e Santiago. Vai haver ligação entre Santiago e Vigo e destas para o interior (Ourense) e daí para Madrid. Ou seja AV a mais!
Entre nós AV a menos (zero). Porto- Lisboa é fundamental e Porto-Vigo também, principalmente depois daquela. Ainda há quem pense que as linhas de AV não servem as localidades intermédias. É um erro. A AV dá para viagens mais lentas (mais paragens) e mais rápidas. Mas para isso é preciso que exista.
António Cândido Oliveira (ACO)