Conheci Manuel Cunha na qualidade de deputado municipal da CDU. Um homem de uma cultura apreciável. Um cidadão interventivo. Um lutador por aquilo em que acreditava e pelas ideias que defendia.
Tive oportunidade, depois, de travar com ele algumas conversas interessantes numa aproximação que aconteceu a partir da altura em que fui directora do jornal CIDADE HOJE. Gentilmente acedeu em testemunhar em tribunal a meu favor, em processo que me foi movido pelo Dr. Rubim Santos, quando vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Famalicão.
Conversámos, algumas vezes , na esplanada da Charlotte. Sobre a actualidade política local e nacional, sempre com a maior abertura. Sobre Angola, a minha terra natal, que Manuel Cunha visitava com alguma frequência, até por razões familiares como me ia dizendo. Chegámos a falar de uma visita a Luandino Vieira, que ele promoveria, para uma entrevista com o escritor angolano, a ser publicada no CIDADE HOJE. Vontade de ambos que não se chegou a confirmar, não sei bem porquê... Ainda há poucas semanas, no seu blogue, Manuel Cunha escrevia sobre uma ilustre personalidade angolana, Lúcio Lara, irmão da não menos ilustre poetisa angolana Alda Lara.
E sobre o comportamento digno dos Palancas Negras, treinados pelo português Manuel José, no Campeonato Africano de Futebol.
Não partilhávamos o mesmo espaço político - ideológico, mas apreciáva-o e respeitáva-o pelos seus conhecimentos e valor intelectual.E pela riqueza da sua escrita.
Famalicão, por uma razão ou outra, vê partir os seus filhos. Uns, até um dia. Outros até sempre...
Nestas ocasiões, fica muito por dizer. Mas podemos, sem margem para dúvidas, dizer que Famalicão está mais vazio!
Edna Cardoso
1 comentário:
Deixou-nos um Homem generoso e de utopias. Riba D'Ave, em especial, e Famalicão perderam um cidadão interveniente na vida cívica da nossa Terra e um esclarecido lutador pelas grandes causas da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Inclino-me, respeitosamente, diante da sua memória e apresento à Família e aos Amigos as minhas sentidas condolências.
O meu Pai está menos só. Já tem com ele mais um Amigo. É a fraca compensação afectiva que tenho para esta perda...
R.I.P, Manuel Cunha!
Carlos de Sousa
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